E o povo que andava nas trevas viu uma grande luz

dezembro 25, 2020

 



Excepcionalmente em uma sexta-feira, dia em que celebraríamos a paixão e morte de Cristo, estamos celebrando o nascimento e vida do menino que veio para nos dar a luz.

Ontem fui à missa da minha paróquia, e lá estaria novamente, não fossem as novas regras para manter os distanciamentos. Embora injustas, já que não se aplicam a outros locais muitos mais aglomerados que igrejas, acredito que seja uma forma de refletirmos mais sobre o que esse dia está nos ensinando.

Nos momentos mais cruciais do nosso calendário litúrgico, onde certamente estaríamos juntos celebrando, estamos (de certa forma), fadados a estarmos distante da igreja e fazendo por nós mesmos esses ritos. Quando antes tínhamos acesso livre a todas essas missas, não dávamos o valor necessário a cada dia dentro da igreja, a beleza dos sacramentos e da importância da eucaristia.

Esse foi um ano difícil para todos. A pandemia, as perdas, o distanciamento da igreja... Tudo isso nos pegou de surpresa, mas nos mostrou o quanto tudo é precioso. E foram exatamente todos os momentos difíceis e todas as situações de medo que nos fizeram apegar mais as coisas do alto, ou ao menos termos um mínimo de esperança. 

As vezes é preciso um "chacoalhão" da vida, para que então possamos ver o que realmente é valioso.

No dia em que lembraríamos a morte, lembramos mais fortemente a vida, o nascimento.


"O povo, que andava nas trevas, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu."


Esse versículo nos diz muito em relação do plano divino na vida de cada um de nós. Embora muitas vezes o desespero venha, é nesse momento de trevas em que a luz vem para nos guiar. É nesse instante que a luz se faz mais presente.

O dia do Natal deve ser um dia de alegria, não nos lembrando de todas as dores que sofremos, e todas as pessoas que perdemos, mas sim agradecidos pelas alegrias vividas, todos que estão a nossa volta e que um dia já participaram conosco desses momentos. 

Na manjedoura de Belém estava Jesus, acompanhado de sua mãe Maria Santíssima, e São José, além dos pastores e dos reis magos. Os animais estavam ali aquecendo e fazendo companhia. Não estavam todos da família, os amigos, os conhecidos... Estávamos como nós hoje, isolados em nossa própria família. E existe algo mais belo, do que podermos estar com aqueles que amamos?

Jesus tão pequenino já era perseguido, já sofria com a pobreza e o frio... Acha mesmo que ele não entende todos os nossos sofrimentos?

Em uma sexta-feira, Maria sofria ao ver seu filho na cruz, mas hoje lembramos da alegria por ela sentida ao vê-lo em seus braços ao nascer.

E eis que a morte, se mostra também como forma de renascimento e vida, um verdadeiro paradoxo na maneira de enxergar cada passo em nosso caminho.

Em meio a todos esses acontecimentos, deixemo-nos levar pela imensidão do amor de Cristo, que veio até nós para enfim vermos a grande luz, neste mundo repleto de trevas e a escuridão. E que esse Natal, mais fiel ao primeiro Natal celebrado, ensine a todos nós o valor do que é mais importante, a família, a simplicidade e a fé. Principalmente a fé diante das adversidades.


Um Feliz e Santo Natal a todos!

Que Deus os abençoe!





#PraCegoVer: Foto tirada ontem, na missa da véspera de Natal. Jesus na manjedoura em frente o altar da Matriz Nossa Senhora de Copacabana, Pinhalzinho-SP. Jesus está de braços abertos, usa uma túnica azul. Na manjedoura com panos dourados está envolto por uma estola amarela e luzes de natal. Dois vasos com rosas coloridas, um a direita e outro a esquerda fazem o restante da decoração.




"Omnes enim Christus, nihil sine Maria"



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