Anna e o Homem das Andorinhas - Gavriel Savit

julho 12, 2020




A minha quarta leitura do ano é um livro de ficção histórica que conta sobre a vida de Anna, uma judia que vivendo na Cracóvia em 1939, e sendo poliglota (e de aparência ariana) se vê sozinha após o pai ser levado pela polícia alemã.
Depois de procurar por ajuda em vão, ela acaba então encontrando um homem, que além de poliglota como ela, fala a língua dos pássaros.
É sobre essa jornada de fuga pela sobrevivência que tudo se passa. 
Em meio as belas paisagens polonesas, diálogos incrivelmente profundos e acontecimentos totalmente inesperados, Anna vai crescendo e tendo como vislumbre a esperança do reencontro com seu pai.

"Eles parecem rapazes, não é? Mas não são. Os que vem do oeste são Lobos. E os que vem do leste são Ursos [...]. Os Lobos e os Ursos não gostam nem um pouco dos seres humanos, e se puderem encontrar um motivo para machucar você machucarão. Estão aqui porque querem que o mundo fique cheio de animais como eles."

Ganhei esse livro de aniversário, foi o primeiro que ganhei, e o primeiro que li. 
No primeiro dia de leitura li 80 páginas, e poderia ser mais, de tão boa a história. Ela te prende e te faz refém de saber o que vai ocorrer a seguir.
Me lembrou muito a narrativa de "A menina que roubava livros". 
Nesse trecho acima, o Homem das Andorinhas tenta explicar para Anna (que ainda é uma pequena criança) a dinâmica da guerra. No caso, os lobos são os alemães e os Ursos os soviéticos.
Na época a Polônia fora invadida pela Alemanha e pela URSS a fim de uma divisão do território entre ambos. 
Os poloneses sofreram tanto pelos nazistas, quanto pelos soviéticos, e isso é claramente percebido no decorrer das páginas.
Muitos poloneses foram levados como prisioneiros à Sibéria, muitos intelectuais foram assassinados, além da ocupação nazista, que trouxe uma marca de dor pelo sofrimento de tantos povos principalmente os judeus.
O mais belo nesse livro é a ingenuidade de Anna, e o carinho do Homem das Andorinhas que a adota como filha e a protege pelo caminho, tentando contar os acontecimentos usando personagens e lendas.
A mensagem que o livro me trouxe é que mesmo em meio a dor é possível encontrar maneiras de achar a felicidade, de continuar a caminhar, com a fé de que nada ruim dura para sempre.
Recomendo para todos aqueles que como eu, são fascinados por história, e que gostam de narrativas que mesmo sendo trágicas trazem consigo uma doçura peculiar e um toque necessário de esperança.





#PraCegoVer: Livro Anna e o Homem das Andorinhas, de capa branca e escritos em azul, sobre uma mesinha. Tem sombra na parede e nos outros objetos dando destaque ao livro.






"Omnes enim Christus, nihil sine Maria"


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